A morte da gestante Osana de Oliveira Lima e seu filho recém-nascido, ocorridas na madrugada desta quarta-feira (6) no Hospital Regional de Eunápolis, no bairro Pequi, colocou em xeque novamente o sistema de saúde pública do município.
A mulher, de 22 anos, natural de Itabela, teria levado várias horas sofrendo em trabalho de parto porque os médicos não tiveram condições de realizar uma cirurgia cesariana na paciente. Segundo informações de uma fonte: “a autoclave (aparelho usado para esterilização) estaria quebrado”.
Um funcionário daquela unidade de saúde chegou a desabafar: “Vai cortar a pessoa no cru, como se não existe equipamentos para esterilização dos bisturis e outros instrumentos cirúrgicos?”
Nesta quarta-feira (6) a reportagem do Radar 64 tentou, sem sucesso, ouvir a versão da direção do Hospital Regional. A tarde foi possível falar com a diretora geral da unidade, Síria Padilha. Na escadaria do primeiro pavimento ela disse que “a falta de equipamentos é assunto de competência da diretora administrativa, Patrícia Salvador”.
Sem conseguir esconder o nervosismo a diretora Síria disse que estava indo atender um doente e que “por questões éticas não poderia tratar do quadro clínico da paciente que morreu na madrugada, sob pena de ferir a ética médica.”
A diretora administrativa, Patrícia Salvador, não foi localizada. A informação é que estava fazendo parte de “uma reunião de diretoria”. Nenhum funcionário está autorizado a informar o telefone de contato dos diretores. Dentro da Secretaria de Saúde há informações que a direção do hospital só vai tratar do caso após a conclusão do prontuário de investigação de óbito.
ENTENDA O CASO
Osana de Oliveira Lima, de 22 anos, que morava na rua São Luiz, número 20, no bairro Irmã Dulce (próximo ao estádio Manzolão) deu entrada, na noite de terça-feira (5) na emergência do Hospital Regional de Eunápolis, em trabalho de parto com complicações. Ela estava acompanhada de uma cunhada, de pré-nome Valdirene, que teria informado aos seguranças que a gestante era hipertensa a gravidez era de risco.
Foto: RADAR64 |
Há informações que “a médica plantonista fez o atendimento sem conhecer o prontuário da paciente”. Sem condições de realizar uma cesária, apesar da indicação do quadro, ela tentou um parto normal. Na madrugada morreu a mãe e a criança, que nasceu viva mas sofreu complicações após o parto. O recém nascido teve insuficiência respiratória aguda.
De acordo um médico do HGE “a paciente sofreu um ataque de eclampsia, teve hipertensão e que havia sangue nos pulmões”. A guia de óbito assinada pelo médico Manuel Campos Filho atesta “insuficiência respiratória, anemia aguda e hemorragia pós-parto”.
De acordo com os procedimentos do SUS, toda gestante de risco deve ser transferida para Salvador, através de procedimento de Tratamento Fora do Domicílio. Ou seja, a Secretaria de Saúde de Itabela deveria ter encaminhado a paciente para Salvador.
FONTE: RADAR 64
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