Foi a onde nasceu o Brasil o lugar escolhido pelo prefeito Jorge Pontes para recepcionar na última sexta-feira, uma comitiva composta de Senador, Deputados, Secretários e empresários, que vieram especialmente para inauguração do Centro de Educação e Inovação Tecnológica, que tem como parceria as empresas Qualcomm, Fundação Telefônica Vivo, Usaid, IABS e da Editacuja.
Após implementar um projeto de apoio a pescadores utilizando redes 3G e aplicativos desenvolvidos especialmente para essa função em sete comunidades do litoral bahiano, a Telefônica/Vivo e a Qualcomm inauguraram nesta sexta-feira (15) em Santa Cruz de Cabrália (BA) um centro de educação e inovaçao tecnológica (CEIT), realizando assim a terceira etapa do projeto Pescando com Redes 3G.
O objetivo do CEIT é justamente incentivar o desenvolvimento de soluções que utilizem a tecnologia de banda larga móvel, implantada pela Vivo no local para o projeto, para ajudar no desenvolvimento da comunidade e com potencial para serem aplicadas em outros pontos do globo. Ao mesmo tempo, promover a inclusão social e digital.
O primeiro grupo de 50 jovens, das comunidades de Guiau e Santo Antonio, já começou o trabalho de aprendizado e desenvolvimento. O CEIT conta vom uma editora comunitária, onde serão desenvolvidos conteúdos digitais, produtos e serviços de valor para uso local e global; uma ilha de edição audiovisual; uma sala de inovaçao e criatividade, para que os jovens identifiquem e atendam as necessidades locais e globais além de uma sala para exposições e outra para formação e oficinas.
De acordo com a presidente da Fundação Telefônica Vivo, Françoise Trapenard, 500 jovens passarão pelo centro de educação em sua primeira etapa de funcionamento. A estimativa é de que ao menos 36 jovens passem a desenvolver aplicativos móveis e possam se tornar replicadores da experiência nas demais comunidades. “Sabemos que o deslocamento dessa população tem um custo às vezes impeditivo. Por isso já pensamos em uma formação itinerante, em uma segunda fase do projeto, para chegar às demais escolas e comunidades”, afirma Françoise.
Durante a inauguração do CEIT, Rafael Stainhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, frisou a importância do amplo acesso da população à tecnologia. “Somente se todos puderem usufruir a tecnologia cumprirá seu papel integrador. Do contrário, criará maior desigualdade”, declarou ao TeleSíntese. A Qualcomm mantém atualmente 85 projetos de inclusão digital – o programa Wireless Reach – em 30 países. Deste total, sete estão em andamento no Brasil.
O presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente, aproveitou a ocasião para comemorar as conquistas do projeto Pescando Com Redes 3G. “Para nós, além de levar conectividade, com mais de 3,1 mil de localidades com rede 3G, é fundamental que tenhamos a possibilidade de ajudar a construir aplicativos que mudam a vida das pessoas com resultados paupáveis como esses que vemos aqui em Cabrália. Valente frisou a importância de tornar o projeto desenvolvido em conjunto com os pescadores replicável, para que possa ser levado para outras comunidades de pescadores no Brasil e no exterior: “Aí poderemos comprovar o sucesso do projeto”, afirmou, chamando os demais parceiros do projeto a começarem a trabalhar para isso.
O prefeito de Cabrália Jorge Pontes (PT) defendeu o uso da tecnologia no município para superar os desafios sociais. Além desse grande passo no setor educacional [com a inauguração do CEIT] também podemos aproveitar a conexão e os smartphones na área da saúde, quem sabe também não avançamos nessa área. “Estou muito orgulhoso de nossa comunidade e vejo as coisas positivas que todos podemos conseguir quando trabalhamos juntos”, disse o prefeito Jorge Pontes. “Espero ansiosamente pelos muitos benefícios que este Centro de Educação e Inovação Tecnológica ira trazer para nossa gente”.
Também presente na inauguração, o senador Walter Pinheiro defendeu a aplicação da tecnologia para beneficios sociais da população brasileira. “A grande virtude das redes de telecomunicações só acontece quando há impacto na vida das pessoas. Estamos falado de soluções para o problema do trânsito nas grandes cidades, para ajudar os pescadores nas comunidades e para a saúde”. Segundo Pinheiro, o governo da Bahia vem buscando formas de implementar modelos tecnológicos na área da saúde.
Pescando com redes 3G
O projeto pescando com redes 3G oferece soluções de navegação, clima, entre outros para 60 pescadores em sete comunidades do litoral baiano, facilitando a rotina de trabalho. O projeto também conta com um sistema de cálculo de despesa que apóia os trabalhadores na definição do preço do peixe. Além disso, os pescadores puderam usufruir de um sistema de venda direto para hotéis e restaurantes, acabando com a figura do atravessador. Na comunidade de Coroa vermelha, onde uma unidade de processamento de pescado foi instalada, a receita aumentou para quase R$ 170 mil no período de 15 meses após o lançamento do projeto. Além disso, o uso de celulares cresceu 16,1% entre os participantes, em comparação com aqueles que não faziam parte.
POR: DJALMA PONTES
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